As Novelas de Cavalaria
Nem só de
poesia viveu o trovadorismo, Também floresceu um tipo de prosa ficcional, as novelas
de cavalaria, originárias das canções
de gesta francesas (narrativas de assuntos guerreiros), onde havia sempre a
presença de heróis cavaleiros que passavam por situações perigosíssimas para
defender o bem e vencer o mal.
Sobressai nas
novelas a presença do cavaleiro medieval, concebido segundo os padrões da
Igreja católica (por quem luta): ele é casto, fiel, dedicado, disposto a
qualquer sacrifício para defender a honra cristã. Esta concepção de cavaleiro
medieval opunha-se à do cavaleiro da corte, geralmente sedutor e envolvido em
amores ilícitos. A origem do cavaleiro-herói das novelas é feudal e nos remete
às Cruzadas: ele está diretamente envolvido na luta em defesa da Europa
Ocidental contra sarracenos eslavos,
magiares e dinamarqueses, inimigos da cristandade.
Geralmente,
as novelas de cavalaria não
apresentam uma autoria. Elas circulavam
pela Europa como verdadeira propaganda das Cruzadas, para estimular a fé
cristã e angariar o apoio das populações ao movimento. As novelas eram tidas em
alto apreço e foi muito grande a sua influência sobre os hábitos e os costumes
da população da época. As novelas Amandis
de Gaula e A Demanda do Santo Graal
foram as histórias mais populares que circulavam entre os portugueses.
Obs:
Floresceram também, nesse período:
-Os cronicões: livros de crônicas que deram início à
historiografia portuguesa;
– As hagiografias: vidas de santos;
-Os livros de linguagem (ou nobiliários): relações de nomes,
geralmente de fidalgos, com a intenção de estabelecer graus de parentesco, fim
de evitar casamentos entre parentes próximos e dirimir dúvidas no caso de
heranças.
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