Atividade semanal - de 10/05 à 14/05/2021
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Leia o conteúdo no link abaixo:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-variacao-linguistica.htm
Agora leia o texto a seguir e
responda às questões propostas.
TEXTO:
SER POLIGLOTA NA PRÓPRIA LÍNGUA - Evanildo
Bechara
O professor dizia:
“Isso está errado, isso não se
diz”.
Como ‘não se diz’? A criança
repete o que ouve. Seus pais só dizem isso, e são advogados, professoras
primárias...
O outro erro era:
“Isso não é português”.
Ora, se não é português, tem
que ser outra língua, francês, inglês, alemão...
São dois erros de pedagogia. O
professor de hoje reconhece que o aluno vem com a sua modalidade linguística.
Uma língua que só tem uma modalidade é um a língua morta.
O ideal é que o aluno seja
poliglota na própria língua, que ele aprenda o maior número de realidade da sua
língua e até a língua padrão, porque senão vai cometer vários erros de tradução
na própria língua. Como a história do sujeito que foi para o Rio grande do Sul.
Quando chegou ao Paraná, leu em uma placa: Atenção, tartarugas nas estradas.
Ele disse para mulher:
“Eu vou diminuir a marcha. A
primeira tartaruga que aparecer, você apanha e a gente leva de souvenir”.
Atravessou o Paraná, Santa
Catarina, e nada de tartaruga. Só depois descobriu que tartaruga é quebra-molas.
Claro que todas essas normas de correção, próprias de cada variedade, tem seu
limite: a propriedade do texto. Se você constrói um texto que é uma carta intima
a um amigo, tem possibilidade de utilizar construções que não estão apoiadas
nem documentadas pelas normas da língua padrão. Mas a natureza do termo é que
leva a isso. Essa realidade existe em todas as obrigações sociais. Quando a
gente recebe um convite para uma festa, está lá no convite: traje passeio, ou
esporte, ou a rigor. O que é isso? É que existe uma etiqueta social. A língua
padrão é a etiqueta cultural. Um tipo de modalidade que não é para usar todos
os dias.
Há pessoas até que exageram, e
resultado é que normalmente não são entendidas. Tenho um amigo professor de
português, que só fala a língua exemplar, padrão. Uma vez saindo do Pedro II,
foi assaltado. Gritou, e não apareceu ninguém. Ele ficou aborrecidíssimo.
Voltou ao Pedro II e reclamou.
“Mas você não gritou? Não pediu
socorro?”, perguntaram.
“Eu gritei, mas não apareceu
ninguém!”
“Mas o que você disse?
“Eu gritei ‘Peguem-no! Peguem-no!’”
O limite é a adequação.
Vocabulário
Modalidade: Forma, característica.
Souvenir: objeto característico de um
lugar, lembrança.
Propriedade: particularidade, adequação.
Etiqueta: conjunto de normas de conduta
do convívio social.
Pedro
II:
tradicional colégio do Rio de Janeiro, criado em 1837.
Adequação: conveniência.
Para
entender o texto
1. O uso de uma língua varia
segundo a época, a região, a classe social, a idade, o grau de escolaridade
etc. Com base nessa constatação, qual a principal recomendação do professor
Bechara?
2. A maneira como falamos ou
escrevemos também varia em função da pessoa a quem nos dirigimos e do tipo de
relação formal ou informal, exigida pela situação. Que exemplo da etiqueta
social o professor utiliza para fazer um paralelo com essa afirmação?
3. Com que outra expressão o
professor se refere, no último parágrafo, à língua padrão?
4. A que conclusão chega o
professor sobre a língua padrão ao compará-la com as normas de conduta da
etiqueta social?
5. O que quis dizer o professor
com a frase “O limite é a adequação”, em referência à maneira de falarmos e
escrevermos?
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