domingo, 9 de maio de 2021

APC 2 Maio – VARIAÇÃO LINGUÍSTICA (3ºEMC)

 Atividade semanal - de 10/05 à 14/05/2021


Assista ao vídeo aula e registre a aula no caderno.

Leia o conteúdo no link abaixo:

https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-variacao-linguistica.htm


Agora leia o texto a seguir e responda às questões propostas.


TEXTO: SER POLIGLOTA NA PRÓPRIA LÍNGUA - Evanildo Bechara

O professor dizia:

“Isso está errado, isso não se diz”.

Como ‘não se diz’? A criança repete o que ouve. Seus pais só dizem isso, e são advogados, professoras primárias...

O outro erro era:

“Isso não é português”.

Ora, se não é português, tem que ser outra língua, francês, inglês, alemão...

São dois erros de pedagogia. O professor de hoje reconhece que o aluno vem com a sua modalidade linguística. Uma língua que só tem uma modalidade é um a língua morta.

O ideal é que o aluno seja poliglota na própria língua, que ele aprenda o maior número de realidade da sua língua e até a língua padrão, porque senão vai cometer vários erros de tradução na própria língua. Como a história do sujeito que foi para o Rio grande do Sul. Quando chegou ao Paraná, leu em uma placa: Atenção, tartarugas nas estradas. Ele disse para mulher:

“Eu vou diminuir a marcha. A primeira tartaruga que aparecer, você apanha e a gente leva de souvenir”.

Atravessou o Paraná, Santa Catarina, e nada de tartaruga. Só depois descobriu que tartaruga é quebra-molas. Claro que todas essas normas de correção, próprias de cada variedade, tem seu limite: a propriedade do texto. Se você constrói um texto que é uma carta intima a um amigo, tem possibilidade de utilizar construções que não estão apoiadas nem documentadas pelas normas da língua padrão. Mas a natureza do termo é que leva a isso. Essa realidade existe em todas as obrigações sociais. Quando a gente recebe um convite para uma festa, está lá no convite: traje passeio, ou esporte, ou a rigor. O que é isso? É que existe uma etiqueta social. A língua padrão é a etiqueta cultural. Um tipo de modalidade que não é para usar todos os dias.

Há pessoas até que exageram, e resultado é que normalmente não são entendidas. Tenho um amigo professor de português, que só fala a língua exemplar, padrão. Uma vez saindo do Pedro II, foi assaltado. Gritou, e não apareceu ninguém. Ele ficou aborrecidíssimo. Voltou ao Pedro II e reclamou.

“Mas você não gritou? Não pediu socorro?”, perguntaram.

“Eu gritei, mas não apareceu ninguém!”

“Mas o que você disse?

“Eu gritei ‘Peguem-no! Peguem-no!’”

O limite é a adequação.

Vocabulário

Modalidade: Forma, característica.

Souvenir: objeto característico de um lugar, lembrança.

Propriedade: particularidade, adequação.

Etiqueta: conjunto de normas de conduta do convívio social.

Pedro II: tradicional colégio do Rio de Janeiro, criado em 1837.

Adequação: conveniência.


Para entender o texto

1. O uso de uma língua varia segundo a época, a região, a classe social, a idade, o grau de escolaridade etc. Com base nessa constatação, qual a principal recomendação do professor Bechara?

 

2. A maneira como falamos ou escrevemos também varia em função da pessoa a quem nos dirigimos e do tipo de relação formal ou informal, exigida pela situação. Que exemplo da etiqueta social o professor utiliza para fazer um paralelo com essa afirmação?

 

3. Com que outra expressão o professor se refere, no último parágrafo, à língua padrão?

 

4. A que conclusão chega o professor sobre a língua padrão ao compará-la com as normas de conduta da etiqueta social?

 

5. O que quis dizer o professor com a frase “O limite é a adequação”, em referência à maneira de falarmos e escrevermos?


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ATIVIDADE DE PESQUISA - 2º EME

  ATENÇÃO ESTUDANTES DO GRUPO I Atividade de pesquisa Fazer uma pesquisa literária sobre o  Romantismo - Contexto histórico; - Carac...