domingo, 23 de maio de 2021

APC 4 Maio – Resenha Literária – romance “A Moreninha” (2º EME)

 Assista aos vídeos no link abaixo.

1. https://rosangelaproens.blogspot.com/2020/05/a-moreninha-literatura-2-emc.html

2. https://rosangelaproens.blogspot.com/2020/05/a-moreninha-capitulo-i-e-iii.html

Agora resolva os exercícios abaixo:

Resenha: A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo – Por Paula Ramos

 Será que um boêmio se apaixonaria realmente por uma menina travessa de apenas 14 anos?

 A Moreninha é romance considerado clássico pelo tempo em que foi publicado – 1844. É considerado o primeiro romance tipicamente brasileiro, trazendo uma inovação para o Brasil, criada por Joaquim Manoel de Macedo.

 O universitário Filipe convidou os seus amigos Augusto, Leopoldo e Fabrício para passarem o feriado de Sant’Ana na casa da sua avó, Ana, que mora em uma ilha. Todos aceitaram na mesma hora. Entre muitas conversas, Augusto, o mais boêmio dos amigos, dizia que não era capaz de se apaixonar por ninguém. Então Filipe fez um acordo com seu amigo que constava que se Augusto se apaixonasse neste feriado iria escrever um livro relatando por quem se apaixonou. Caso contrário, Filipe escreveria o livro discorrendo das aventuras de Augusto na ilha.

 Ao chegarem na ilha, Augusto foi apresentado a dona Ana e a irmã mais nova de Filipe, Carolina de 14 anos – menina travessa, morena dos cabelos encaracolados. Depois desse encontro, a vida de Augusto e de Carolina iria mudar.

 Para mim, a moreninha é o melhor clássico de todo o mundo pelo simples fato de realçar a questão do preconceito. Não aquela racial ou social, mas aquele em que você conhece a pessoa e a julga sem saber realmente como ela é de verdade. Augusto julga a Carolina e é perceptível a mudança de seus julgamentos a partir de uma conversa com Leopoldo, onde seu amigo pergunta sobre o que ele acha da Carolina.

 Há um grande mistério na ilha. Algo mágico nela e uma mistério por trás disso, o que torna a história mais interessante. Um fator que deve ser mencionado é o amor platônico que fez um dos personagens ficar doente por querer ficar trancado no quarto e não comer.

 Por ser escrito há tantos anos, o livro conta com a presença de um vocabulário bem diferente do nosso atual. Isto faz com que os leitores curiosos, como eu, pesquisem seus significados e ampliem seu conhecimento. Admiro também que esta obra não tem um vilão, a não ser a própria personalidade de Augusto, que não quer deixar de lado a vida boêmia e, consequentemente, se apaixone, deixando o romance dele e de Carolina mais difícil.


Análise de "A Moreninha" de Joaquim Manoel de Macedo

 “A Moreninha”, de Joaquim Manoel de Macedo, foi considerado o primeiro romance do Romantismo brasileiro, garantindo a Macedo o pioneirismo de fato nesse gênero literário. O título do livro foi dado pelo próprio protagonista da história, o personagem Augusto, em homenagem a D. Carolina. Durante toda a história, evidenciam-se os traços da protagonista, principalmente a cor do rosto: pele morena. Por isso, as pessoas mais íntimas chamavam-na de Moreninha. O sucesso de “A Moreninha” está vinculado à capacidade do autor de amarrar o leitor na atmosfera de romance, aguçando a curiosidade do leitor com pequenos enigmas, simples conflitos e uma leitura fácil e agradável. Tais características se organizam numa narrativa fixada entre a lenda e o romance para formar uma obra de gosto popular.

 Leia a seguir um trecho da obra e depois responda às questões propostas.

 A Moreninha Joaquim Manuel de Macedo

 D. Carolina passou uma noite cheia de pena e de cuidados, porém já menos ciumenta e despeitada; a boa avó livrou-a desses tormentos. Na hora do chá, fazendo com habilidade e destreza cair a conversação sobre o estudante amado, dizendo: - Aquele interessante moço, Carolina, parece pagar-nos bem a amizade que lhe temos, não entendes assim?... - Minha avó...eu não sei. - Dize sempre, pensarás acaso de maneira diversa?... A menina hesitou um instante e depois respondeu: - Se ele pagasse bem, teria vindo domingo. - Eis uma injustiça, Carolina. Desde sábado à noite que Augusto está na cama, prostrado por uma enfermidade cruel. - Doente?! Exclamou a linda Moreninha, extremamente comovida. Doente?...em perigo?... - Graças a Deus, há dois dias ficou livre dele; hoje já pôde chegar à janela, assim me mandou dizer Filipe. - Oh! Pobre moço!... se não fosse isso, teria vindo ver-nos!... E, pois, todos os antigos sentimentos de ciúme e temor da inconstância do amante se trocaram por ansiosas inquietações a respeito de sua moléstia. No dia seguinte, ao amanhecer, a amorosa menina despertou, e buscando o toucador, há uma semana esquecido, dividiu seus cabelos nas duas costumadas belas tranças, que tanto gostava de fazer ondear pelas espáduas, vestiu o estimado vestido branco e correu para o rochedo. - Eu me alinhei, pensava ela, porque enfim... hoje é domingo e talvez... como ontem já pôde chegar à janela, talvez consiga com algum esforço vir ver-me.

E quando o sol começou a refletir seus raios sobre o liso espelho do mar, ela principiou também a cantar sua balada: “Eu tenho quinze anos E sou morena e linda”. Mas, como por encantamento, no instante mesmo em que ela dizia no seu canto: “Lá vem sua piroga Cortando leve os mares” Um lindo batelão apareceu ao longe, voando com asa intumescida para a ilha. Com força e comoção desusadas bateu o coração de d. Carolina, que calou-se para empregar no batel que vinha atentas vistas, cheias de amor e de esperanças. Ah! Era o batel suspirado. Quando o ligeiro barquinho se aproximou suficientemente, a bela Moreninha distinguiu dentro dele Augusto; sentado junto a um respeitável ancião, a quem não pôde conhecer (...). (...) Augusto, com efeito, saltava nesse momento fora do batel, e depois deu a mão a seu pai para ajudá-lo a desembarcar; d. Carolina, que ainda não mostrava dar fé deles, prosseguiu seu canto até que quando dizia: “Quando há de ele correr Somente para me ver...” Sentiu que Augusto corria para ela. Prazer imenso inundava a alma da menina, para que possa ser descrito; como todos preveem, a balada foi nessa estrofe interrompida e d. Carolina, aceitando o braço do estudante, desceu do rochedo e foi cumprimentar o pai dele. Ambos os amantes compreenderam o que queria dizer a palidez de seus semblantes e os vestígios de um padecer de oito dias, guardaram silêncio e não tiveram uma palavra para pronunciar; tiveram só olhares para trocar e suspiros a verter. E para que mais?

 

01. D. Carolina estava atormentada pelo ciúme e despeito devido

a) as conversas que ela tinha com a avó.

b) ao não comparecimento de Augusto a sua casa.

c) as informações que Filipe deu sobre Augusto.

d) ao bom conceito que a avó tinha de Augusto.

 

02.A conversa entre D. Carolina e sua avó sobre o estudante amado pela jovem foi

a) esclarecedora

b) desmotivante

c) entediante

d) animadora

 

03. O ciúme e o despeito de D..Carolina foi substituído

a) pela esperança e serenidade diante das informações dadas pela avó.

b) pelo alívio e tranqüilidade por causa do recado de Filipe.

c) pelas ansiosas inquietações a respeito da doença de Augusto.

d) pela culpa de ter julgado mal seu amado.

 

 04. A menina voltou a arrumar-se pois

a) queria ir visitar o amado.

b) tinha esperança de ser visitada pelo amado.

c) recuperou-se do ciúme e do despeito.

d) foi aconselhada pela avó a cuidar-se.


05. “Com força e comoção desusadas bateu o coração de d. Carolina...”, o termo em destaque significa

a) enormes

b) constantes

c) incomuns

d) reais

 

06. O reencontro de d. Carolina e Augusto foi

a) cheio de declarações de amor.

b) cheio de questionamentos.

c) marcado pela indiferença e dúvidas.

d) marcado pela troca de olhares e suspiros.

 

07) No fragmento: “o amor é um menino doidinho e malcriado que , quando alguém intenta refreá-lo , chora, esperneia, escabuja”, e no outro “... amor é um anzol que ,quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente...” temos uma figura de linguagem chamada :

a) metonímia

b) personificação

c) metáfora

d) antítese

 

08) Leia e responda: “[...] porém não posso mais esconder estes sentimentos que eu penso que são segredos e que todo mundo mos lê nos olhos!” Com qual dos provérbios seguintes essa fala de Augusto se relaciona:

a) Longe dos olhos, longe do coração.

b) O que os olhos não veem o coração não sente.

c) Os olhos são a janela da alma.

d) Em terra de cego quem tem um olho é rei.

 

09 . Com base na leitura e análise do livro A Moreninha, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:

 

1. (   ) O sucesso de A Moreninha está vinculado à capacidade do autor de imergir o leitor na atmosfera de lenda e de sonho, onde o tempo, o sofrimento e o trabalho parecem não existir.

2. (   ) A divisão tradicional do livro, composto de heróis e vilões, é um dos aspectos que o vinculam ao Romantismo.

3. (   ) Dois personagens do livro quebram a harmonia social da história: o alemão Keblerc, que se embriaga e leva à embriaguez a ama-de-leite de Carolina, e a senhora D. Violante.

4. (   ) O romance é narrado em primeira pessoa, pelo próprio Augusto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ATIVIDADE DE PESQUISA - 2º EME

  ATENÇÃO ESTUDANTES DO GRUPO I Atividade de pesquisa Fazer uma pesquisa literária sobre o  Romantismo - Contexto histórico; - Carac...