Assista aos vídeos no link abaixo.
1. https://rosangelaproens.blogspot.com/2020/05/a-moreninha-literatura-2-emc.html
2. https://rosangelaproens.blogspot.com/2020/05/a-moreninha-capitulo-i-e-iii.html
Agora resolva os exercícios abaixo:
Resenha:
A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo – Por Paula Ramos
Será que um boêmio se
apaixonaria realmente por uma menina travessa de apenas 14 anos?
A Moreninha é romance
considerado clássico pelo tempo em que foi publicado – 1844. É considerado o
primeiro romance tipicamente brasileiro, trazendo uma inovação para o Brasil,
criada por Joaquim Manoel de Macedo.
O universitário Filipe convidou
os seus amigos Augusto, Leopoldo e Fabrício para passarem o feriado de Sant’Ana
na casa da sua avó, Ana, que mora em uma ilha. Todos aceitaram na mesma hora.
Entre muitas conversas, Augusto, o mais boêmio dos amigos, dizia que não era
capaz de se apaixonar por ninguém. Então Filipe fez um acordo com seu amigo que
constava que se Augusto se apaixonasse neste feriado iria escrever um livro
relatando por quem se apaixonou. Caso contrário, Filipe escreveria o livro
discorrendo das aventuras de Augusto na ilha.
Ao chegarem na ilha, Augusto
foi apresentado a dona Ana e a irmã mais nova de Filipe, Carolina de 14 anos –
menina travessa, morena dos cabelos encaracolados. Depois desse encontro, a
vida de Augusto e de Carolina iria mudar.
Para mim, a moreninha é o
melhor clássico de todo o mundo pelo simples fato de realçar a questão do
preconceito. Não aquela racial ou social, mas aquele em que você conhece a
pessoa e a julga sem saber realmente como ela é de verdade. Augusto julga a
Carolina e é perceptível a mudança de seus julgamentos a partir de uma conversa
com Leopoldo, onde seu amigo pergunta sobre o que ele acha da Carolina.
Há um grande mistério na ilha.
Algo mágico nela e uma mistério por trás disso, o que torna a história mais
interessante. Um fator que deve ser mencionado é o amor platônico que fez um
dos personagens ficar doente por querer ficar trancado no quarto e não comer.
Por ser escrito há tantos anos,
o livro conta com a presença de um vocabulário bem diferente do nosso atual.
Isto faz com que os leitores curiosos, como eu, pesquisem seus significados e
ampliem seu conhecimento. Admiro também que esta obra não tem um vilão, a não
ser a própria personalidade de Augusto, que não quer deixar de lado a vida
boêmia e, consequentemente, se apaixone, deixando o romance dele e de Carolina
mais difícil.
Análise
de "A Moreninha" de Joaquim Manoel de Macedo
“A Moreninha”, de Joaquim
Manoel de Macedo, foi considerado o primeiro romance do Romantismo brasileiro,
garantindo a Macedo o pioneirismo de fato nesse gênero literário. O título do
livro foi dado pelo próprio protagonista da história, o personagem Augusto, em
homenagem a D. Carolina. Durante toda a história, evidenciam-se os traços da
protagonista, principalmente a cor do rosto: pele morena. Por isso, as pessoas
mais íntimas chamavam-na de Moreninha. O sucesso de “A Moreninha” está
vinculado à capacidade do autor de amarrar o leitor na atmosfera de romance,
aguçando a curiosidade do leitor com pequenos enigmas, simples conflitos e uma
leitura fácil e agradável. Tais características se organizam numa narrativa
fixada entre a lenda e o romance para formar uma obra de gosto popular.
Leia a seguir um trecho da obra
e depois responda às questões propostas.
A
Moreninha Joaquim Manuel de Macedo
D. Carolina passou uma noite
cheia de pena e de cuidados, porém já menos ciumenta e despeitada; a boa avó
livrou-a desses tormentos. Na hora do chá, fazendo com habilidade e destreza
cair a conversação sobre o estudante amado, dizendo: - Aquele interessante
moço, Carolina, parece pagar-nos bem a amizade que lhe temos, não entendes
assim?... - Minha avó...eu não sei. - Dize sempre, pensarás acaso de maneira
diversa?... A menina hesitou um instante e depois respondeu: - Se ele pagasse
bem, teria vindo domingo. -
Eis uma injustiça, Carolina. Desde sábado à noite que Augusto está na cama,
prostrado por uma enfermidade cruel. -
Doente?! Exclamou a linda Moreninha, extremamente comovida. Doente?...em
perigo?... -
Graças a Deus, há dois dias ficou livre dele; hoje já pôde chegar à janela,
assim me mandou dizer Filipe. - Oh! Pobre moço!... se não fosse isso, teria
vindo ver-nos!... E, pois, todos os antigos sentimentos de ciúme e temor da
inconstância do amante se trocaram por ansiosas inquietações a respeito de sua
moléstia. No dia
seguinte, ao amanhecer, a amorosa menina despertou, e buscando o toucador, há
uma semana esquecido, dividiu seus cabelos nas duas costumadas belas tranças,
que tanto gostava de fazer ondear pelas espáduas, vestiu o estimado vestido
branco e correu para o rochedo. -
Eu me alinhei, pensava ela, porque enfim... hoje é domingo e talvez... como
ontem já pôde chegar à janela, talvez consiga com algum esforço vir ver-me.
E quando o sol começou a
refletir seus raios sobre o liso espelho do mar, ela principiou também a cantar
sua balada: “Eu tenho quinze anos E sou morena e linda”. Mas, como por
encantamento, no instante mesmo em que ela dizia no seu canto: “Lá vem sua
piroga Cortando leve os mares” Um lindo batelão apareceu ao longe, voando com
asa intumescida para a ilha. Com força e comoção desusadas bateu o coração de
d. Carolina, que calou-se para empregar no batel que vinha atentas vistas,
cheias de amor e de esperanças. Ah! Era o batel suspirado. Quando o ligeiro
barquinho se aproximou suficientemente, a bela Moreninha distinguiu dentro dele
Augusto; sentado junto a um respeitável ancião, a quem não pôde conhecer (...).
(...) Augusto, com efeito, saltava nesse momento fora do batel, e depois deu a
mão a seu pai para ajudá-lo a desembarcar; d. Carolina, que ainda não mostrava
dar fé deles, prosseguiu seu canto até que quando dizia: “Quando há de ele
correr Somente para me ver...” Sentiu que Augusto corria para ela. Prazer
imenso inundava a alma da menina, para que possa ser descrito; como todos
preveem, a balada foi nessa estrofe interrompida e d. Carolina, aceitando o
braço do estudante, desceu do rochedo e foi cumprimentar o pai dele. Ambos os
amantes compreenderam o que queria dizer a palidez de seus semblantes e os
vestígios de um padecer de oito dias, guardaram silêncio e não tiveram uma
palavra para pronunciar; tiveram só olhares para trocar e suspiros a verter. E
para que mais?
01. D. Carolina estava
atormentada pelo ciúme e despeito devido
a) as conversas que ela tinha
com a avó.
b) ao não comparecimento de
Augusto a sua casa.
c) as informações que Filipe
deu sobre Augusto.
d) ao bom conceito que a avó
tinha de Augusto.
02.A conversa entre D. Carolina
e sua avó sobre o estudante amado pela jovem foi
a) esclarecedora
b) desmotivante
c) entediante
d) animadora
03. O ciúme e o despeito de
D..Carolina foi substituído
a) pela esperança e serenidade
diante das informações dadas pela avó.
b) pelo alívio e tranqüilidade
por causa do recado de Filipe.
c) pelas ansiosas inquietações
a respeito da doença de Augusto.
d) pela culpa de ter julgado
mal seu amado.
04. A menina voltou a arrumar-se pois
a) queria ir visitar o amado.
b) tinha esperança de ser
visitada pelo amado.
c) recuperou-se do ciúme e do
despeito.
d)
foi aconselhada pela avó a cuidar-se.
05. “Com força e comoção
desusadas bateu o coração de d. Carolina...”, o termo em destaque significa
a) enormes
b) constantes
c) incomuns
d) reais
06. O reencontro de d. Carolina
e Augusto foi
a) cheio de declarações de
amor.
b) cheio de questionamentos.
c) marcado pela indiferença e
dúvidas.
d) marcado pela troca de
olhares e suspiros.
07) No fragmento: “o amor é um
menino doidinho e malcriado que , quando alguém intenta refreá-lo , chora, esperneia,
escabuja”, e no outro “... amor é um anzol que ,quando se engole, agadanha-se
logo no coração da gente...” temos uma figura de linguagem chamada :
a) metonímia
b) personificação
c) metáfora
d) antítese
08) Leia e responda: “[...]
porém não posso mais esconder estes sentimentos que eu penso que são segredos e
que todo mundo mos lê nos olhos!” Com qual dos provérbios seguintes essa fala
de Augusto se relaciona:
a) Longe dos olhos, longe do
coração.
b) O que os olhos não veem o
coração não sente.
c) Os olhos são a janela da
alma.
d) Em terra de cego quem tem um
olho é rei.
09 . Com base na leitura e
análise do livro A Moreninha, classifique as afirmações seguintes de
verdadeiras ou falsas:
1. ( ) O sucesso de A Moreninha está vinculado à
capacidade do autor de imergir o leitor na atmosfera de lenda e de sonho, onde
o tempo, o sofrimento e o trabalho parecem não existir.
2. ( ) A divisão tradicional do livro, composto de
heróis e vilões, é um dos aspectos que o vinculam ao Romantismo.
3. ( ) Dois personagens do livro quebram a
harmonia social da história: o alemão Keblerc, que se embriaga e leva à
embriaguez a ama-de-leite de Carolina, e a senhora D. Violante.
4.
( ) O romance é narrado em primeira
pessoa, pelo próprio Augusto.